Em primeiro lugar, vamos continuar com a nossa amiga, já a resolvemos analíticamente, e utilizamos os método numérico de Trapézio e 1/3 de Simpson, hoje vamos de 1/3 de Simpson. E assim…, não se preocupe, pois exploraremos todos os detalhes dessa técnica a quel chamamos de integral de sen^5(x) dx.
De maneira geral, como já vimos o processo de resolução utilizando os métodos numéricos baseia-se em dividir o intervalo em partes iguais, encontrar valores igualmente espaçados dentro dessas partes, multiplicá-los por um “vetor” característico que depende do método escolhido e, em seguida, realizar operações simples de somatório e multiplicação. Então, abordaremos esses detalhes em breve.
Mas, por enquanto, vamos nos aprofundar um pouco mais na parte teórica.
Integral de: sen^5(x) dx e os 3/8 de Simpson
Com efeito, a regra 3/8 de Simpson e a regra 1/3 de Simpson são duas técnicas de integração numérica usadas para aproximar o valor de uma integral definida. Porém, ambas são métodos de Simpson que se baseiam na interpolação polinomial para estimar a área sob a curva de uma função.
Entretanto, a principal diferença entre essas duas regras está no grau do polinômio usado para interpolar os pontos da função. Vamos analisar as duas regras separadamente:
- Regra 1/3 de Simpson:
- Nessa regra, a função é aproximada por um polinômio de segundo grau (parábola) entre os pontos de dados.
- Ela requer um número par de pontos igualmente espaçados.
- A fórmula da regra 1/3 de Simpson é geralmente expressa como uma soma ponderada dos valores da função nos pontos dados.
- Regra 3/8 de Simpson:
- Na regra 3/8, a função é aproximada por um polinômio de terceiro grau (cúbico) entre os pontos de dados.
- Ela requer um número de pontos múltiplo de 3.
- A fórmula da regra 3/8 de Simpson também é uma soma ponderada dos valores da função nos pontos dados, mas a fórmula é mais complexa devido à interpolação cúbica.
Entretanto…
A afirmação de que a regra 3/8 é “duas vezes mais precisa” que a regra 1/3 é uma simplificação geral. Na verdade, a precisão de ambas as regras depende da função que está sendo integrada e da escolha dos pontos de amostragem. Todavia, a regra 3/8 tende a ser mais precisa em algumas situações, especialmente quando a função é complexa e não pode ser adequadamente representada por um polinômio de segundo grau. No entanto, a regra 1/3 ainda é muito usada e eficaz em muitos casos.
Em resumo, ambas as regras têm seus usos e limitações, e a escolha entre elas depende da natureza da função a ser integrada e dos requisitos de precisão. A regra 3/8 é mais precisa em geral, mas também requer um número de pontos múltiplo de 3, o que pode ser uma limitação em algumas situações.
Então vamos lá… Falarmos sobre a 3/8 de Simpson e da Integral de: sen^5(x) dx
Entende-se que essa é uma técnica de integração numérica que aproxima a integral definida de uma função no intervalo [a, b] dividindo-o em subintervalos igualmente espaçados e usando polinômios cúbicos para interpolar a função dentro desses subintervalos.
Portanto, a ideia principal é que, para utilizar a regra 3/8 de Simpson, você divide o intervalo [a, b] em um número de subintervalos múltiplo de 3. Isso significa que você escolhe o valor de “h” de forma que a largura de cada subintervalo seja igual. Para dividir o intervalo [a, b] em três subintervalos igualmente espaçados.
Dessa forma:
Desta forma, x0 = a, x1 = a +2h, x2 = a+3h, x3 = a 3h. Assim, o polinômio de terceiro grau P3 pode ser obtido pela fórmula de Lagrange (já fizemos a demostração do fôrmula de lagrange para .
Com efeito, a integral pelo método de 3/8 Simpson fica aproximadamente:
O erro na Regra 3/8 de Simpson para funções de ordem superior pode ser calculado usando a seguinte expressão:
Dessa maneira, essa expressão fornece uma estimativa do erro na integral calculada pela Regra 3/8 de Simpson.
Pois, quanto menor o erro desejado, menor deve ser o valor de (b – a) e a quarta derivada da função f(x) deve ser avaliada ou estimada com precisão.
Regra 3/8 de Simpson Composta
Assim, a fórmula para essa aproximação é a seguinte:
…
O erro fica sendo assim!
Portanto, onde:
- ε é o erro na aproximação da integral.
- Portanto, f^4(τ) é a quarta derivada da função f(x) avaliada em um ponto τ no intervalo [a, b], lembrando que não havendo função, dever ser encontrado de forma numérica (o que perde o sentido, mas vai lá, é a teoria).
- Com efeito, h é o comprimento do subintervalo, dado por h = b – a.
O valor de τ está entre ‘a’ e ‘b’, ou seja, a ≤ τ ≤ b.
Dessa maneira, essa fórmula é útil para estimar o erro e decidir quantos subintervalos devem ser usados para obter uma aproximação suficientemente precisa da integral. Contudo, quanto menor você deseja que seja o erro, mais subintervalos devem ser usados na subdivisão do intervalo [a, b] e para esse método n precisa ser múltiplo de 3 (4 pontos, n =0, n=1, n=2 e n= 3) .
Com efeito, onde:
Então.. resolvendo nossa integral
Primeiramente, vamos definir um intervalo a = 0 e b = 2, e o número de subintervalos n = 6.
Como não temos os dados, vamos primeiro criar os valores de xi:
h sendo:
e xi como :
assim temos (vamos usar 5 casas decimais de aproximação):
Dessa maneira, agora precisamos aplicar esses valores na função (também com 5 casas decimais) :
Prontinho, agora, vamos fazer as “multiplicações”, para ficar claro, vamos fazer passo a passo:
Assim, encontramos o valor, a nível de curiosidade, o valor real é aproximadamente 0,90393! Dessa maneira, com apenas 6 subintervalos, tivemos uma boa aproximação, lembrando que quanto maior o valor de n, mais próximo do valor real.
Algorítmo em Python (Colab)
import math
def simpson_3_8_meu_guru(a, b, n):
h = (b - a) / n # Tamanho de cada subintervalo
integral = f(a) + f(b) # Inicialize a integral com os valores nos extremos
for i in range(1, n):
x_i = a + i * h
if i % 3 == 0:
integral += 2 * f(x_i)
else:
integral += 3 * f(x_i)
integral *= (3 * h / 8)
return integral
# Exemplo de uso:
def funcao(x):
return math.sin(x)**5
a = 0
b = 2
n = 6
resultado = simpson_3_8_meu_guru(a, b, n)
print(f"A integral aproximada é: {resultado}")
O resultado é 0.9102104989040074 para n = 6, porém, fazendo uma simulação com n = 10000, vimos que o resultado se aproximou do valor real (0.90393).
Referências:
Se você curtiu esse artigo, não pode deixar de dar uma olhada nas referências, pois elas nortearão os seus estudos e tenho certeza que você melhorará a cada dia no que se tange aos cálculos. Afinal, treino é tudo!