Você já ouvir falar nos rios voadores e qual a importância deles? De maneira geral, são responsáveis pelas chuvas que ocorrem no Brasil. Neste texto, vamos compreender como isso acontece e como a floresta amazônica tem papel fundamental na formação desses rios. Acompanhe:
O que são rios voadores
Os rios voadores, também chamados de “jatos de baixos níveis”, são volumes de vapor da água originários do oceano Atlântico. Quando eles passam pela Amazônia, acabam incorporando grandes quantidades de água resultante da evapotranspiração (transpiração das plantas e evaporação de água de superfícies).
Assim, as correntes de ar fazem que parte dessa umidade chegue a outras regiões do continente sul-americano e ao sul do Brasil em forma de chuva. Além disso, são responsáveis por regular o clima de diversos estados brasileiro das regiões Centro-oeste e Sudeste.
A importância dos rios voadores
Os rios voadores são responsáveis pelas chuvas e pela umidade do ar nas regiões Centro-oeste, Sudeste e Sul do país. Primeiramente, a ação do vento carrega os rios voadores em direção a oeste até chegar à Cordilheira dos Andes. Lá, parte da umidade se transforma em chuva ou neve e outra parte é “rebatida” de volta para o Brasil.
As cordilheiras funcionam como uma barreira geográfica em que eles mudam seu curso. Assim, acabam seguindo para a região Sul do continente, aumentando a probabilidade de chuva nessa região.
Rios voadores e o desmatamento
O desmatamento da Amazônia impacta diretamente o fluxo dos rios voadores. Isso porque, sem parte das árvores da floresta Amazônica, eles chegam mais rápido ao continente, aumentando o risco de tempestades no sul do país.
Além disso, com a quantidade de plantas reduzida, há um aumento na emissão de CO₂. Ainda, a ausência desses rios nas outras regiões do Brasil causaria outros impactos ambientais, como diminuição da quantidade de água em reservas hídricas e o aumento de temperaturas.
Saiba mais sobre rios voadores
Para que você não fique com nenhuma dúvida, selecionamos vídeos sobre o assunto. Confira a seguir!
Importância dos rios voadores
Aqui, temos um vídeo para você compreender a importância dos rios voadores para o regime de chuvas no nosso país. Além disso, o professor Guilherme explica como ocorre e as principais características do ciclo da água.
Entendendo os rios voadores
Esse é mais um vídeo interessante sobre o assunto. Nele, você pode tirar suas dúvidas sobre como ocorre o processo de formação desses rios e, além disso, como o desmatamento impacta na sua ocorrência. Acompanhe!
Impactos do desmatamento da Amazônia
Nesse vídeo, há uma explicação sobre como o desmatamento da Amazônia impacta as nossas vidas. Além da diminuição de chuvas na região Sul do país, ele contribui para o aumento de CO₂ na atmosfera e para a erosão do solo. Confira o vídeo para complementar seus estudos!
Em conclusão, os rios voadores são responsáveis por regular o clima no nosso país, com a formação de chuvas e o aumento da umidade do ar. Continue seus estudos e conheça também os ciclos biogeoquímicos!
Referências
O futuro climático da Amazônia – Relatório de Avaliação Científica (2014) – Antonio Donato Nobre
Exercícios resolvidos
1. [UNESP 2013]
Leia.
O fenômeno dos “rios voadores”
“Rios voadores” são cursos de águas atmosféricas, invisíveis, que passam por cima de nossas cabeças transportando umidade e vapor de água da bacia Amazônica para outras regiões do Brasil. A floresta Amazônica funciona como uma bomba d’água. Ela “puxa” para dentro do continente umidade evaporada do oceano Atlântico que, ao seguir terra adentro, cai como chuva sobre a floresta. Pela ação da evapotranspiração da floresta, as árvores e o solo devolvem a água da chuva para a atmosfera na forma de vapor de água, que volta a cair novamente como chuva mais adiante. O Projeto Rios Voadores busca entender mais sobre a evapotranspiração da floresta Amazônica e a importante contribuição da umidade gerada por ela no regime de chuvas do Brasil.”
(www.riosvoadores.com.br. Adaptado)
A partir da leitura do texto, é correto afirmar que:
a) cada vez mais, a floresta é substituída por agricultura ou pastagem, procedimento que promove o desenvolvimento econômico, sem influenciar, significativamente, o clima na América do Sul.
b) os recursos hídricos são abundantes e os regimes fluviais não serão alterados, apesar das mudanças climáticas que ameaçam modificar o regime de chuvas na América do Sul.
c) o atual desenvolvimento da Amazônia não afeta o sistema hidrológico, devido à aplicação de medidas rigorosas contra o desmatamento e danos a biodiversidade da floresta.
d) os mecanismos climatológicos devem ser considerados na avaliação dos riscos decorrentes de ações como o desmatamento, as queimadas, a abertura de novas fronteiras agrícolas e a liberação dos gases do efeito estufa.
e) a circulação atmosférica é dominada por massas de ar carregadas de umidade que, encontrando a barreira natural formada pelos Andes, precipitam-se na encosta leste, alimentando as bacias hidrográficas do país.
A alternativa correta é a D.
O desmatamento da Amazônia impacta diretamente na ocorrência de chuvas na região sul do Brasil. Sem a presença das árvores, os rios voadores não acumulam água suficiente para chegar ao sul ou chegam em formas de tempestades.
2. [ENEM – 2017 – Segunda aplicação]
O ganhador do Prêmio Nobel, Philip Fearnside, já alertava em estudos de 2004 que, como consequência do desmatamento em grande escala, menos água da Amazônia seria transportada pelos ventos para o Sudeste durante a temporada de chuvas, o que reduziria a água das chuvas de verão nos reservatórios de São Paulo.
SERVA, L. Para ganhador do Prêmio Nobel, cheias no Norte e seca no Sudeste estão conectadas. Disponível em: www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 10 nov. 2014.
O fator apresentado no texto para o agravamento da seca no Sudeste está identificado no(a):
a) redirecionamento dos ventos alísios.
b) redução do volume dos rios voadores.
c) deslocamento das massas de ar polares.
d) retenção da umidade na Cordilheira dos Andes.
e) alteração no gradiente de pressão entre as áreas.
A alternativa correta é a B.
A seca do Sudeste é uma consequência da relação dos rios voadores com o desmatamento da Amazônia.